31 de março de 2011

Por que se confessar com um padre?

Cada pecado é um ato de orgulho e desobediência

ACUSAÇÃO: “Quem pode perdoar os pecados senão Deus? ” (Mc 2,7).

RESPOSTA : Quem negava a Jesus o poder de perdoar os pecados e até O tachava de blasfemador eram os orgulhosos escribas. Jesus, porém, lhes respondeu: “Para que saibais que o Filho do homem tem na terra o poder de perdoar os pecados […]” (Mc 2,10) e curou o paralítico, que foi perdoado à vista deles.

Esse poder de perdoar os pecados, o Senhor o confiou aos homens pecadores, aos Apóstolos e a seus legítimos sucessores, no dia mais solene: na Ressurreição quando lhes apareceu e disse: “Assim como o pai me enviou, também eu vos envio a vós. Tendo dito estas palavras, soprou sobre eles e disse-lhes: “Recebei o Espírito Santo. Àquele a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados, e àqueles a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos” (Jo 20,21-23).

Não resta dúvida de que o sopro de Cristo ressuscitado e as palavras: “Recebei o (dom do) Espírito Santo […]” expressam claramente que os Apóstolos não obtiveram o poder de perdoar os pecados em virtude de sua santidade ou impecabilidade, mas como um dom especial, merecido por Cristo e a eles conferido em favor das almas, remidas pelo sangue derramado na cruz. Daí dizer: “Eu não me confesso com os padres, porque eles também são pecadores” demonstra igual insensatez ao se afirmar: “Eu não vou, com minha doença, procurar conselho e remédio dos médicos, porque eles também ficam doentes”.

Por isso, os católicos, mesmo que sejam, cardeais e reis, dobram humildemente suas cabeças diante de tão claras palavras de Jesus e confessam seus pecados diante dum simples sacerdote, para receber o perdão de Deus. Os outros crentes, porém, preferem ignorar essas palavras de Cristo e desprezar o grande dom do Senhor no sacramento da penitência. Para motivar esse procedimento, procuram na Bíblia vários textos no sentido: “Convertei-vos… fazei penitência… arrependei-vos, para que vossos pecados sejam perdoados,… para que sejais salvos”.

Ninguém duvida de que o sincero arrependimento dos pecados, com firme propósito de não pecar mais, e a satisfação feita a Deus e aos prejudicados, eram no Antigo Testamento condições necessárias e suficientes para obter perdão do Altíssimo. O mesmo vale ainda hoje para todos os que desconhecem a Jesus e o Evangelho, para os que não têm nenhuma ocasião de se confessar; são ainda condições necessárias para obter perdão na boa confissão. Mas quem no seu orgulho não acredita na veracidade e obrigatoriedade das palavras de Cristo Ressuscitado, com as quais Ele instituiu o sacramento da penitência, e por isso não quer se confessar, dificilmente receberá perdão!

Cada pecado é um ato de orgulho e de desobediência contra Deus. Por isso “Cristo se humilhou e tornou-se obediente até a morte na cruz” (Fl 2,8) para expiar o orgulho e a desobediência dos nossos pecados e nos merecer o perdão. Por essa razão, Ele exige de nós confissão sacramental, na qual confessamos os nossos pecados diante do Seu representante, legitimamente ordenado. Conforme a Sua promessa: “Pois todo o que se exaltar será humilhado, e quem se humilhar será exaltado” (Lc 18,14).

Alguns “crentes” aliciam os católicos para sua crença, com a promessa de que, depois do batismo (pela imersão), estes estarão livres de qualquer pecado e nem poderão mais pecar! (Conseqüentemente, não precisarão mais de nenhuma confissão). Apóiam essa afirmação nas palavras bíblicas de I Jo 3, 6 e 9 “Quem permanece n'Ele não peca; quem peca não O viu, nem O conheceu” e “Todo aquele que é gerado por Deus, não comete pecado, porque nele permanece o germe divino” (a graça santificante).

Em resposta, lembro o princípio bíblico de que entre as verdades bíblicas, reveladas por Deus, não pode haver contradições. Por isso, as palavras menos claras devem ser esclarecidas por palavras mais claras ou pela autoridade estabelecida por Deus (Magistério da Igreja). Ora, o próprio apóstolo escreve em (I Jo 1,8-10): “Se dizemos que não temos pecado algum, enganamo-nos a nós mesmos, e a verdade não está em nós. Se reconhecemos os nossos pecados, (Deus aí está) fiel e justo para nos perdoar os pecados e para nos purificar de toda a iniquidade. Se pensamos não ter pecado, nós O declaramos mentiroso e a sua palavra não está em nós”.

Por isso, a Tradição Apostólica interpreta as palavras de I Jo 3,9: “Todo aquele que é gerado por Deus não peca” no sentido de “não deve pecar gravemente”, já que possuindo a graça de Deus, tem suficiente força para vencer as tentações. Enquanto as claras palavras em I Jo 1,8-10 falam dos pecados leves – veniais; sendo somente Maria Imaculada livre de qualquer mancha do pecado original e pessoal, em previsão dos méritos antecipados de Jesus Cristo que a escolheu por sua Mãe. Portanto, todos os homens adultos necessitam de Misericórdia Divina; e os sinceros seguidores da Bíblia receberam-na, agradecidos, no sacramento da confissão.

Pe. Anderson Marçal

Fonte: http://blog.cancaonova.com/padreanderson

29 de março de 2011

Mas agora, ó Senhor, tu és nosso Pai; nós somos o barro, e tu o nosso oleiro; e todos nós obra das tuas mãos.

Isaías 64:8

João Paulo II - Vida Episcopal

No dia 04 de julho de 1958, quando tinha 12 anos de padre e 38 de idade, Pe. Karol foi nomeado bispo auxiliar de Cracóvia, sendo consagrado no dia 28 de setembro seguinte. Escolheu como lema "Totus Tuus", em relação à Virgem Maria, de um santo francês, Louis-Marie Grignion de Montfort.

No dia 13 de janeiro de 1964, foi nomeado Arcebispo de Cracóvia. Bispo conciliar, participou da comissão de redação do documento Gaudium et Spes (Alegria e Esperança) sobre a Igreja no mundo de hoje.

Pronunciou-se com freqüência nos debates conciliares, acentuando a abertura e a prontidão da Igreja para o diálogo com os homens em qualquer situação, a dedicação permanente e prioritária à evangelização em linguagem própria dos tempos atuais.

Em 26 de junho de 1967, foi nomeado Cardeal pelo Papa Paulo VI. Em outubro desse mesmo ano, deveria participar do Sínodo Mundial de Bispos em Roma. Porém, como o Cardeal Arcebispo de Varsóvia, Stefan Wyszynski, histórico opositor do regime comunista, não recebera passaporte para ir a Roma para participar também do Sínodo, em solidariedade, o Cardeal Wojtyla não foi. No Sínodo de 1969, o Cardeal Wyszynski foi novamente escolhido como delegado pelos Bispos poloneses. Desta vez, recebeu passaporte. Como o Cardeal Wojtyla fora convidado pessoal do Papa para o mesmo Sínodo, os dois foram juntos. Daí para frente, participou de todos os Sínodos (realizados de três em três anos), sendo que no de 1971 foi eleito Secretário-Geral do próprio Sínodo.

O Pe. e Bispo Karol Wojtyla publicou cinco livros, escreveu mais de 500 artigos, algumas comédias e diversas poesias. Falava, além do polonês, latim, italiano, francês, inglês e alemão. Mais tarde, como Papa, exercitou-se em vários outros idiomas, especialmente para suas viagens apostólicas. Nas duas visitas ao Brasil, pronunciou-se em nossa língua. Nos encontros com os Bispos brasileiros nas visitas qüinqüenais a Roma (Visitas ad Limina), faz questão de falar em português.

22 de março de 2011

João Paulo II - Vida Sacerdotal

O arcebispo de Cracóvia, Dom Sapieha, ordenou Karol presbítero no dia primeiro de novembro de 1946. Pe. Karol celebrou sua primeira missa na igreja de sua paróquia, junto ao altar de Maria Auxiliadora, onde, anos antes, rezando, amadurecera sua vocação.

Como padre jovem, cheio de vida, estudava e pregava, organizava grupos de jovens e escrevia peças de teatro e poesias, passava horas no confessionário e cantava nos corais. Com os jovens também gostava de esquiar nos montes Tratas ou de navegar nas torrentes do Vístula.

Em 1947, o Arcebispo Sapihea enviou Pe. Karol a Roma. Lá, por dois anos, estudou no Angelicum, universidade eclesiástica dirigida pelos dominicanos. Aí, em 1948, obteve seu doutorado em filosofia e moral, com tese sobre a ética em São João da Cruz. Durante este tempo, nos fins de semana, atuava numa paróquia de periferia, especialmente com os jovens. também, visitou a Bélgica, onde conheceu de perto o movimento Juventude Operária Católica (JOC), fundada pelo Pe. Cardijn. Visitou também a Holanda e a França, onde conheceu a experiência missionária de padres no meio operário e a participação dos leigos.

Em 1949, Pe. Karol retornou a Cracóvia, onde continuou seus estudos para doutorar-se em teologia pela Universidade Estadual. Ao mesmo tempo, trabalhava numa paróquia, prontificando-se a substituir todos os padres que se encontrassem em dificuldades nas aldeias da montanha.

Em 1951, doutorou-se e habilitou-se a lecionar na Universidade de Cracóvia. Em seguida, tornou-se professor no seminário.

Em 1954, assumiu a cadeira de filosofia na Universidade Católica de Lublin. Passou a ser assistente dos estudantes e dos formados da Universidade de Cracóvia.

15 de março de 2011

Karol Wojtyla O Homem que se tornou Papa 3ª Parte

16 de outubro de 1978 - O cardeal Karol Wojtyla é eleito sucessor do Papa João Paulo I, recém-empossado (tinha sido eleito em agosto e falecido em setembro). Sua eleição foi marcada por dois fatos incomuns na história do papado: ele era um pastor e não um diplomata ou membro da hierarquia do Vaticano, e, principalmente, não era italiano (como reagiria o povo romano diante de um papa estrangeiro?). Quando lhe perguntaram, no final solene do conclave, se aceitava o cargo, o novo papa declarou: "Com obediência de fé em Cristo, meu Senhor e, confiando na Mãe de Cristo e da Igreja, não obstante as muitas dificuldades, eu aceito."

10 de março de 2011

Campanha da Fraternidade 2011 reflete sobre vida no planeta

Conversão, fé, mudança de vida e um planeta no qual vigore o desenvolvimento sustentável e a vida é respeitada como dom em todas as suas manifestações. Todos esses temas estão interligados e é para mostrar estes vínculos estreitos que se dedica a Campanha da Fraternidade (CF) deste ano. O tema da CF 2011 é "Fraternidade e a Vida no Planeta", com o lema "A criação geme em dores de parto" (Rm 8, 22). Desde 1964, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) propõe anualmente algum tema de relevância para auxiliar a caminhada dos católicos durante os quarenta dias que separam a Quarta-feira de Cinzas da Páscoa – denominado "Quaresma" no calendário litúrgico. O secretário-geral da CNBB, Dom Dimas Lara Barbosa, recorda a originalidade da Campanha, que "pretende sempre suscitar debate e se tornou um dos principais instrumentos de conscientização que a Igreja dispõe em nível nacional. É um produto genuinamente brasileiro. Não existe nada similar em outros países. É a nossa maneira concreta de viver a Quaresma", explica. "A Campanha quer cooperar para que todos os cristãos possam fazer uma caminhada de conversão pessoal e celebrar com grande alegria a Páscoa de Jesus", destaca o secretário-executivo da CF, padre Luiz Carlos Dias. A temática ambiental/ecológica é trabalhada em diversos níveis, desde governo até comunidades. No entanto, qual é a diferença que aparece quanto o assunto é tratado no terreno da Igreja? "Fazemos isso a partir de nossa visão de pessoa e da própria Doutrina Social da Igreja (DSI). Nosso diferencial é a finalidade da Quaresma e as reflexões realizadas à luz da fé – nos interessa perceber o que a fé, a Tradição, a Palavra de Deus têm a nos dizer", relata Dom Dimas. Nesse processo, a conscientização das comunidades é o primeiro passo para a tomada de ações concretas, levando em conta as demandas de cada realidade. "Aí, não podemos deixar uma reflexão de lado: o consumo. Vivemos numa sociedade consumista por excelência. É um sistema que gira dessa forma. E as pessoas vão se tornando cada vez mais homofabers (viver para trabalhar), buscam apenas a perspectiva do conforto, do bem-estar, enfim", lembra padre Dias. O secretário-geral da CNBB, Dom Dimas Barbosa, e o secretário-executivo da CF, padre Luiz Carlos Dias Tema e história O lema da CF 2011 é retirado de uma das várias cartas escritas por São Paulo, que possui uma "visão cósmica da salvação", conforme explica o secretário-geral da CNBB. "Para Paulo, a salvação não é assunto referente apenas às almas, nem somente aos cristãos, é algo que diz respeito à humanidade toda. Mais ainda, a todo o universo. Jesus é o mediador de uma nova e eterna aliança que tem repercussões cósmicas. Nesse sentido, Paulo lembra que a criação inteira ainda aguarda sua plenitude, que realiza-se em Cristo, porque n'Ele todas as coisas foram feitas", salienta o bispo. Nessa perspectiva, o ser humano precisa assumir seu papel de cocriador na criação, enquanto administrador de tudo o que foi criado por Deus. "As Campanhas anteriores tiveram um foco bem saliente nos sofredores e pobres, necessitados, e é importante que seja assim. No entanto, o foco agora se alarga para pensar na vida do planeta como tal. Afinal de contas, nem pobres ou ricos sobreviverão se o planeta for destruído", pondera Dom Dimas. Acerca da noção de desenvolvimento sustentável, o secretário-geral adverte que todos querem desenvolvimento, mas é preciso buscá-lo com responsabilidade. "Muitos países estão pouco interessados com o futuro e investem em processos contra o meio ambiente. Isso é irresponsável, pois o que está em jogo não é a vida da geração de hoje somente, mas das gerações futuras, ameaçadas quando iniciativas públicas não são feitas com responsabilidade". A preocupação com ecologia é presença de longa data nas CF's. Já em 1979 acontecia a primeira Campanha com viés ecológico, com o tema "Por um mundo mais humano" e o lema "Preserve o que é de todos". Após, houve outras campanhas com a presença do tema ecológico, como "Fraternidade e Água" (2004) e "Fraternidade e Amazônia" (2007), por exemplo. Escolha Os temas das Campanhas não são impostos pelo episcopado brasileiro. Pelo contrário, há todo um processo de consulta às comunidades, pastorais e agentes. "Especialmente nos últimos 20 anos, a Campanha assumiu temas de envergadura social bem ampla, para que a Palavra e a experiência de fé possam iluminar cada situação", sublinha padre Luiz Dias. Os temas são escolhidos sempre com dois anos de antecedência, para que se possa ter tempo de trabalhar no texto-base e alavancar reflexões, bem como desenvolver outros textos de caráter litúrgico, catequético e outras iniciativas. Da mesma forma, o processo de escolha do hino conta com um processo de escolha com ampla participação popular. "O processo de escolha é bastante participativo, uma vez que faz as pessoas que estão com 'a mão na massa' se mobilizarem e propor os temas", finaliza Dom Dimas.

9 de março de 2011

Campanha da Fraternidade 2011

Fraternidade e a vida no Planeta

“A criação geme em dores de parto” (Rm 8,22)

Conferência Nacional dos Bispos do Brasil