30 de junho de 2011

Cirurgia de Lipoaspiração?

Pelo amor de Deus, eu não quero usar nada nem ninguém, nem falar do que não sei, nem procurar culpados nem acusar ou apontar pessoas, mas ninguém está percebendo que toda essa busca insana pela estética ideal é muito menos lipo-as e muito mais piração?

Uma coisa e saúde outra e obsessão. O mundo pirou, enlouqueceu. Hoje, Deus é a alto imagem. Religião, é dieta. Fé, só estética. Ritual é malhação.

Amor é cafona, sinceridade e careta, pudor é ridículo, sentimento e bobagem.

Gordura é pecado mortal. Ruga é contravenção. Roubar pode envelhecer, não. Estria e caso de policia. Celulite e falta de educação. Filho da puta bem sucedido é exemplo de sucesso.

A máxima moderna é uma só: pagando bem, que mal tem?

A sociedade consumidora, a que tem dinheiro, a que produz, não pensa em mais nada além da imagem, imagem, imagem, imagem, estética, medidas, beleza. Nada mais importa. Não importa os sentimentos, não importa a cultura, a sabedoria, o relacionamento, a amizade, a ajuda, nada mais importa.

Não importa o outro, o coletivo, o coletivo. Jovens não têm mais fé, nem idealismo, nem posição política. Adultos perdem o senso em busca da juventude fabricada.

Ok, eu também quero me sentir bem, quero caber nas roupas, quero ficar legal, quero caminhar, correr, viver muito, ter uma aparência legal, mas...

Uma sociedade de adolescentes anoréxicas e bulímicas , de jovens lipoaspirados, turbinados, aos vinte anos não é natural. Não é não pode ser. Que as pessoas disputam o assunto. Que alguém acorde. Que o mundo mude.

Que eu me acalme. Que o amor sobreviva.

“cuide bem do seu amor, seja ele quem for.”

Herbert Vianna

Cantor e compositor

“Todo mundo 'pensando' em deixar um planeta melhor para nossos filhos...

Quando é que 'pensarão' em deixar filhos melhores para o nosso planeta?”

29 de junho de 2011

Em Santidade

Em santidade, em santidade, em santidade, sobre a terra eu devo andar. Em santidade, em santidade, em santidade, tua graça posso alcançar. E romper com as trevas Como posso eu querer Que a bênção venha sobre minha casa Como posso esperar Que meus sonhos e meus planos aconteçam Como irei compreender Se minha vida passa longe da verdade que eu ouvi E os meus passos já não tocam, os caminhos que aprendi Meu argumento, me empobrece e me faz pensar assim Que estou tão certo, e é perfeito o meu jeito de servir Digo que amo minha igreja e o chamado que atendi Mas ja nao ouço os conselhos e a palavra que há em mim Sonho que um dia a boa nova se espalhe até os confins Mas sem Santidade Sem fidelidade Toda obra ruma ao fim Em santidade, em santidade, em santidade, sobre a terra eu devo andar Em santidade, em santidade, em santidade, tua graça posso alcançar E romper com as trevas Como posso eu querer Que a bênção venha sobre minha casa Como posso esperar Que meus sonhos e meus planos aconteçam Quando irei compreender?

27 de junho de 2011

Deus e os absurdos do mundo

Jogar a culpa de nossas desgraças nas costas de Deus é muito simples.

Não temos o direito de pedir a Deus que faça um círculo ser quadrado. Como sabemos, as regras da vida precisam ser consideradas. Se compreendermos essas regras, certamente vamos alcançar uma fé madura e crescer como pessoas responsáveis.

A psicologia nos ensina que um dos elementos que acenam para a maturidade da pessoa é justamente sua capacidade de assumir as responsabilidades e responder pelos erros.

O nosso jeito de praticar a religião nem sempre é maduro, isso porque muito facilmente acreditamos que Deus resolverá todos os nossos problemas. Insistimos em acreditar que Ele nos livrara de todas as consequências de nossas escolhas erradas, e que uma vida em Deus é uma vida sem problemas. Engano! Quanto mais crescemos em Deus, maior é a necessidade que temos de purificar os nossos excessos. Esses excessos se dão em todos os detalhes de nossa personalidade, desde as nossas compreensões mais simples até mesmo às compreensões mais elaboradas.

O jeito como reagimos diante de uma determinada situação depõe contra ou a favor do que consideramos como maduro em nós. A maneira como interpretamos as coisas ruins que nos acontecem é um modo interessante de medir o nosso grau de maturidade. Um exemplo simples: um rapaz embriagado atropelou uma menina de seis anos no centro de uma cidade no interior da Bahia. Para se livrar da responsabilidade do acontecido, o jovem recorreu ao absurdo de dizer que estava possuído pelo diabo, e que por isso a matou. Ao utilizar-se de um argumento como esse, o rapaz demonstrou ser realmente vítima de uma única possessão: a ignorância. Ao culpar o demônio pelo absurdo de suas displicências, o rapaz tenta se eximir de forma imatura e vergonhosa da responsabilidade de pagar pelo crime cometido.

A maturidade também se expressa no que pedimos. Outro exemplo simples: uma pessoa fumou a vida inteira, nunca se esmerou por lutar para deixar o vício, e, num determinado momento, descobre que tem câncer. Então se coloca a pedir a Deus um milagre. É justo? A doença não nasceu das escolhas que fez? Tenho o direito de colher o que na verdade não plantei? Acho pouco provável.

O milagre é realizado a quatro mãos. Mãos de Deus e mãos humanas. O que deixo de fazer ou o que negligencio agora poderá comprometer o bem a que Deus já me destinou. O Senhor não quer as tragédias do mundo. As tragédias humanas são construídas aos poucos por nós mesmos. É preciso maturidade para assumir. Jogar a culpa de nossas desgraças nas costas de Deus é muito simples. Assim ficamos eximidos de qualquer responsabilidade ou comprometimento.

Grandes acidentes acontecem com pequenos descuidos. Ao dizer que nem mesmo um fio de cabelo cai de nossa cabeça sem que o Pai do céu permita, Jesus não se refere a acidentes absurdos. A permissão de Deus está sempre conectada à natureza de Sua bondade. Deus é bom. Não há variações em Sua vontade. O Seu querer para a vida humana é sempre a vida, e vida em abundancia. De Deus não nascem tragédias. Os acontecimentos trágicos do mundo não são frutos de permissões divinas, mas sim, de deliberações de nossa vontade.

(Trecho extraído do livro: “Quando o sofrimento bater à sua porta”)

26 de junho de 2011

O ipê à beira da estrada.

Não quero perder a capacidade de admirar as belezas do mundo. O ipê florido à beira da estrada é um imperativo que reconheço bíblico. Nele há uma fala de Deus me pedindo calma. A sacralidade da vida ganhou voz em estruturas singelas, e solicita que eu me proste.

É santo o que os meus olhos enxergam. A cor amarela encontra moldura no azul dos contornos do céu. Ao longe, o verde completa o quadro. Paira sobre a cena um mistério raro, como se houvesse uma névoa a me recordar que a raridade da beleza é uma epfania divina.

O meu desejo é deixar de seguir o caminho que me leva ao meu destino. Impossibilitado da parada, ouso diminuir a marcha. Quero a cena dentro de mim. Ouso rezar a Deus que me permita registrar na memória a beleza que não posso aprisionar.

Olho para os que passam. A velocidade dos carros não permite que os seus ocupantes vejam o que vejo. Eles estão privados da mística que só pode ser compreendida quando os passos perdem a pressa. Estão ocupados demais com suas urgências práticas. É preciso chegar. Há muitas iniciativas a serem tomadas e o tempo não pode ser perdido.

Enquanto isso, o ipê se ocupa de sua florada amarela. Cumpre no tempo a proeza de ser um sentido oculto e deslumbrante para os distraídos que o percebem.

Nele há uma pequena parte da beleza do mundo que tive a graça de descobrir. E só por isso diminuí o ritmo da minha vida.

Olhei com calma para sua beleza e nele percebi o sorriso do Criador. Sorriso de Pai, que vez em quando, faz questão que seus filhos diminuam suas velocidades para uma breve brincadeira redentora.

Eu aceitei. Brinquei com Ele. Fiquei mais feliz!