6 de abril de 2012

6ª FEIRA SANTA


Neste dia, a Igreja não celebra a Eucaristia que é substituída pela Celebração da Paixão do Senhor, na qual contemplamos o mistério da cruz. Esta celebração é constituída por três partes: Liturgia da Palavra, Adoração da Santa Cruz e Sagrada Comunhão. Apesar do Missal Romano (p. 251, nº 3) sugerir que esta celebração seja feita por volta das 15 horas, podemos escolher uma outra hora mais tardia.
Este dia decorre à volta da cruz, ou seja, tem a cruz como centro. Porém, não devemos apresentar a cruz como o lugar do suplício, da dor, mas como o lugar da vitória de Cristo. Com a cruz, a Igreja proclama a vitória de Jesus Cristo sobre a morte, o triunfo do seu amor. Por isso, a cruz converteu-se no sinal da nossa redenção. Nesta celebração, a cruz é apresentada de uma forma triunfante, gloriosa. Em cada uma das três partes da celebração, contempla-se a cruz, o Crucificado, em diferentes perspectivas. Na liturgia da palavra, a paixão e a crucificação são anunciadas nas leituras, explicadas na homilia e invocadas na oração universal dos fiéis. Na adoração da cruz, a paixão e a crucificação são veneradas. Finalmente, na comunhão recebemos, no pão consagrado, o corpo do crucificado. Depois de terminar a celebração, a cruz deveria ficar num lugar bem visível, se possível, com alguma iluminação especial ou com velas acesas e ficar a igreja aberta para que as pessoas possam entrar e rezar.
A celebração deste dia deve ser muito simples. Estão ausentes muitos dos habituais sinais litúrgicos: o altar está despido: sem cruz, sem candelabros, sem toalhas; não há flores a ornamentar a igreja; o órgão ou outros instrumentos só tocarão para sustentar o canto; as campainhas e os sinos estão em silêncio; os ritos iniciais são muito sóbrios; na proclamação do evangelho não se utilizam todos os elementos festivos que solenizam este momento; a procissão para trasladar a Reserva Eucarística do lugar onde se colocou na quinta-feira Santa para o altar é muito simples; a saída faz-se em profundo silêncio. Assim se manifesta a tristeza e a dor pela morte de Cristo e, também, se evita qualquer tipo de distracção que perturbe a concentração no mistério que se celebra: a morte do Senhor. Esta austeridade e sobriedade serve, também, para criar um claro contraste com a Vigília Pascal que se caracteriza por ser extraordinariamente alegre e festiva.
Se em todas as celebrações se deve preparar muito bem a proclamação dos textos bíblicos, esta não foge à regra. Que seja feita uma preparação muito cuidada para se conseguir o clima de oração e de contemplação que é próprio da celebração deste dia. O evangelho pode ser intercalado com breves cânticos para que a leitura deste longo relato da paixão não seja monótona e assim se mantenha a atenção da assembleia. Hoje, a oração universal é riquíssima pela sua forma e pelo seu conteúdo. Por um lado, poderíamos dizer que é mais universal que nunca e, por outro, segue o primitivo esquema da liturgia romana. Seria bom que se fizesse um breve momento de silêncio entre o convite à oração, que não deve ser dito pelo presidente, e a oração conclusiva de cada petição.
O Missal apresenta duas formas de introduzir a cruz na igreja e de a apresentar aos fiéis. A primeira forma é entrar com a cruz coberta até ao altar e ir destapando-a. A segunda forma é entrar com a cruz descoberta e fazer três paragens: na porta, no meio da igreja e antes de subir para o presbitério. Esta segunda opção é a mais expressiva pela ligação com a Vigília Pascal e com Cristo Ressuscitado. Manifesta-se, assim, a unidade e a continuidade destas duas celebrações, porque nos três lugares onde na sexta-feira Santa se mostra Cristo Crucificado, na Vigília Pascal apresenta-se o círio pascal, sinal de Cristo ressuscitado. O crucificado é o ressuscitado e vice-versa. Ainda que se transforme num longo momento, cada um deverá venerar individualmente a cruz para reconhecer pessoalmente que o crucificado é o Senhor. 
       

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