20 de julho de 2012

A amizade que o retira do sepulcro


“Amigos pra voltar a amar”. O desafio, deste ano, é sustentar esta verdade que, o tempo todo, o mundo quer derrubar."Amigos" achamos a toda hora: amigo de balada, de cigarro, de prostituição... Mas o desafio que nos é trazido, neste PHN, é bem diferente: "amigos pra voltar a amar".
A liturgia nos convida a retornar ao amor. A primeira leitura nos diz que o rei Ezequias estava acometido de uma doença mortal, com o "pé na cova". Por isso recebeu a visita do profeta Ezequias. Desculpe-me a expressão, mas quantos não estão, aqui neste PHN, não somente com o “pé na cova”, mas com o todo o seu ser?
A Palavra de Deus nos diz que, diante da sua doença mortal, o profeta ordena ao rei que ele “arrume a sua casa”. E o que faz Ezequias? Ele se recolhe em oração.
A sorte de Ezequias é que ele era um homem de Deus. Ele vivia uma intimidade com o Senhor. Por duas vezes, quando ameaçado pelo rei da Assíria, Ezequias retirou-se no Templo para buscar a Deus. Ele não se desesperou diante dos ataques de seu inimigo; antes, colocou-se em oração perante o Senhor.
Quando a Palavra nos diz que Ezequias “voltou-se contra a parede” - diante da exortação do profeta –, isso não quer dizer que ele estava agindo como um menino “mimado”, que não suporta receber um “não” das outras pessoas e, por isso, fica todo emburrado olhando para a parede. Não! Significa que Ezequias se recolheu em oração. Algo bem diferente da postura de muitos que estão neste PHN e que agem como “filhinhos de papai”: mimados, fracos, emburrados.
Você veio para cá como um menino, mas sairá daqui, deste acampamento, como um homem. O Senhor quer revirá-lo nestes dias. Prepare-se e saiba que não se trata de “ficar” com Deus, como tantos jovens fazem, nesta prostituição socializada de hoje em dia (fica-se com uma pessoa e, logo em seguida, com outra), mas trata-se, antes, de uma relação íntima e profunda com o Senhor. Uma relação duradoura.
Ezequias rezou e Deus lhe respondeu. O rei estava com o “pé na cova”. E, graças à exortação do profeta, o Senhor lhe socorreu. Meus irmãos, há amizades que nos tiram do sepulcro. Por outro lado, há amigos que nos levam ao sepulcro.
Muitos chegaram aqui “fedendo”, apodrecidos por dentro. Quer uma prova disso? Basta ficar no confessionário. Lá, você percebe todo o estrago que o pecado faz na alma humana.
O Evangelho nos mostra que algumas amizades nos levam ao sepulcro. Olhe o exemplo dos fariseus: chamavam ao Senhor de “Mestre” mas, na verdade, eles viviam tramando armadilhas para Jesus. Diante disso, eu lhes pergunto: “Que tipo de amizade vocês vieram buscar neste PHN?”
Você não veio aqui para chegar à beira do abismo e alguém empurrá-lo para baixo. Você veio para ter um encontro pessoal com Jesus. Ele quer estender a mão para você e arrancá-lo do sepulcro.
Há um ditado que diz: “Diga-me com quem tu andas e eu te direi quem tu és!” Pronto, resumi toda a liturgia de hoje!
Meu filho, qual é o “sepulcro” da sua vida? Se você ficar à beira dele, uma hora você irá morrer e cair dentro dele. Jesus não quer isso! Ele quer tirá-lo deste lugar. A mão do Senhor vai alcançá-lo agora e tocar em você.
Você, que está com saudade de Deus, que fez tantas escolhas erradas, saiba: Jesus está olhando para você e, mesmo que, agora, você esteja dentro do sepulcro, veja Cristo se debruçando e se esforçando, ao máximo, para arrancá-lo de dentro dele.
Amizade com Deus é andar na presença do Senhor. Nenhum show, nenhum momento, deste PHN, pode superar este instante em que você grita por Deus! Você está com saudade do Pai. Até mesmo você, que veio a este acampamento contra a própria vontade, saiba que Deus o abraça agora. Ele arranca Seus filhos do sepulcro.
Covas sempre existirão. Sempre abertas para cairmos dentro delas. Mas é preciso deixar o Pai abraçá-lo agora. Estenda sua mão para Ele. Peça hoje: “Senhor, eu quero sair desta cova das drogas, da prostituição, de uma sexualidade desequilibrada. Estenda Sua mão para mim, Senhor, e me arranque do sepulcro”.
Nesta oração, permita que Deus o transforme, agora, num homem renovado pela Sua graça. Cante! Você, que veio a este PHN com saudade de Deus, cante! Perceba a mão do Senhor arrancando-o da cova. Hoje, você compreende que o PHN é um profundo desafio de santidade e um lindo convite feito a mim e a você para voltarmos a amar.
Tenho certeza de que, após este momento tão intenso de oração, há muita “cova vazia” por aí.

Transcrição e adaptação: Alexandre de Oliveira

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