“Amigos pra voltar a amar”. O desafio,
deste ano, é sustentar esta verdade que, o tempo todo, o mundo quer derrubar."Amigos"
achamos a toda hora: amigo de balada, de cigarro, de prostituição... Mas o
desafio que nos é trazido, neste PHN, é bem diferente: "amigos pra voltar
a amar".
A liturgia nos convida a retornar ao
amor. A primeira leitura nos diz que o rei Ezequias estava acometido de uma
doença mortal, com o "pé na cova". Por isso recebeu a visita do
profeta Ezequias. Desculpe-me a expressão, mas quantos não estão, aqui neste
PHN, não somente com o “pé na cova”, mas com o todo o seu ser?
A Palavra de Deus nos diz que, diante da
sua doença mortal, o profeta ordena ao rei que ele “arrume a sua casa”. E o que
faz Ezequias? Ele se recolhe em oração.
A sorte de Ezequias é que ele era um
homem de Deus. Ele vivia uma intimidade com o Senhor. Por duas vezes, quando
ameaçado pelo rei da Assíria, Ezequias retirou-se no Templo para buscar a Deus.
Ele não se desesperou diante dos ataques de seu inimigo; antes, colocou-se em
oração perante o Senhor.
Quando a Palavra nos diz que Ezequias
“voltou-se contra a parede” - diante da exortação do profeta –, isso não quer
dizer que ele estava agindo como um menino “mimado”, que não suporta receber um
“não” das outras pessoas e, por isso, fica todo emburrado olhando para a
parede. Não! Significa que Ezequias se recolheu em oração. Algo bem diferente
da postura de muitos que estão neste PHN e que agem como “filhinhos de papai”:
mimados, fracos, emburrados.
Você veio para cá como um menino, mas
sairá daqui, deste acampamento, como um homem. O Senhor quer revirá-lo nestes
dias. Prepare-se e saiba que não se trata de “ficar” com Deus, como tantos
jovens fazem, nesta prostituição socializada de hoje em dia (fica-se com uma pessoa
e, logo em seguida, com outra), mas trata-se, antes, de uma relação íntima e
profunda com o Senhor. Uma relação duradoura.
Ezequias rezou e Deus lhe respondeu. O
rei estava com o “pé na cova”. E, graças à exortação do profeta, o Senhor lhe
socorreu. Meus irmãos, há amizades que nos tiram do sepulcro. Por outro
lado, há amigos que nos levam ao sepulcro.
Muitos chegaram aqui “fedendo”,
apodrecidos por dentro. Quer uma prova disso? Basta ficar no confessionário.
Lá, você percebe todo o estrago que o pecado faz na alma humana.
O Evangelho nos mostra que algumas
amizades nos levam ao sepulcro. Olhe o exemplo dos fariseus: chamavam ao Senhor
de “Mestre” mas, na verdade, eles viviam tramando armadilhas para Jesus. Diante
disso, eu lhes pergunto: “Que tipo de amizade vocês vieram buscar neste PHN?”
Você não veio aqui para chegar à beira do abismo e
alguém empurrá-lo para baixo. Você veio para ter um encontro pessoal com
Jesus. Ele quer estender a mão para você e arrancá-lo do sepulcro.
Há um ditado que diz: “Diga-me com quem tu andas
e eu te direi quem tu és!” Pronto, resumi toda a liturgia de hoje!
Meu filho, qual é o “sepulcro” da sua vida? Se você
ficar à beira dele, uma hora você irá morrer e cair dentro dele. Jesus não quer
isso! Ele quer tirá-lo deste lugar. A mão do Senhor vai alcançá-lo agora e
tocar em você.
Você, que está com saudade de Deus, que fez tantas
escolhas erradas, saiba: Jesus está olhando para você e, mesmo que, agora, você
esteja dentro do sepulcro, veja Cristo se debruçando e se esforçando, ao
máximo, para arrancá-lo de dentro dele.
Amizade com Deus é andar na presença do Senhor. Nenhum show, nenhum momento,
deste PHN, pode superar este instante em que você grita por Deus! Você está com
saudade do Pai. Até mesmo você, que veio a este acampamento contra a própria
vontade, saiba que Deus o abraça agora. Ele arranca Seus filhos do sepulcro.
Covas sempre existirão. Sempre abertas para cairmos
dentro delas. Mas é preciso deixar o Pai abraçá-lo agora. Estenda sua mão para
Ele. Peça hoje: “Senhor, eu quero sair desta cova das drogas, da
prostituição, de uma sexualidade desequilibrada. Estenda Sua mão para mim,
Senhor, e me arranque do sepulcro”.
Nesta oração, permita que Deus o transforme, agora,
num homem renovado pela Sua graça. Cante! Você, que veio a este PHN com saudade
de Deus, cante! Perceba a mão do Senhor arrancando-o da cova. Hoje, você
compreende que o PHN é um profundo desafio de santidade e um lindo convite
feito a mim e a você para voltarmos a amar.
Tenho certeza de que, após este momento tão intenso
de oração, há muita “cova vazia” por aí.
Transcrição e adaptação: Alexandre de Oliveira
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