“Somente
com jovens discípulos e missionários é que a Jornada Mundial da Juventude
poderá ser eternizada”
“Aprendamos a fazer memória daquilo que Deus
fez em nossa vida”. Estas palavras do Papa Francisco são atuais e necessárias
para nós jovens, principalmente hoje, quando celebramos um mês da abertura
oficial da Jornada Mundial da Juventude Rio 2013. De acordo com a Bíblia, fazer
memória é mais do que ‘recordar’, é viver novamente, trazer para o coração e
para a ação a experiência vivida com Deus.
Durante
esses dias ‘pós-Jornada’, olhamos as fotos, lemos os discursos do Santo Padre,
assistimos aos vídeos na internet, postamos nossas recordações nas redes
sociais, partilhamos a JMJ em nossas paróquias, ou seja, fizemos memória de
dias inesquecíveis. Ao lembrar cada momento, sentimos aquele frio na barriga e
os olhos lacrimejam, como se pudéssemos voltar no tempo, numa vontade enorme de
viver tudo novamente. Sim, isso é fazer memória, é dizer como o salmista:
“Lembrai sempre as maravilhas do Senhor” (Sl 104).
Como
não lembrar a alegria com que nossas dioceses receberam nossos irmãos
estrangeiros na Semana Missionária? Como não recordar a chegada ao Rio de
Janeiro, a empolgação dos jovens nas ruas, o ambiente fraterno e acolhedor da
cidade maravilhosa? Como não se emocionar com a cruz peregrina e o ícone de
Nossa Senhora subindo o palco principal na Missa de abertura? Como não lembrar
e dar risada do flashmob dos bispos? Como não fazer memória da chegada do Papa
Francisco em Copacabana, de suas palavras e de sua proximidade? Como não ouvir
novamente o barulho das ondas de Copacabana e o silêncio de três milhões de
pessoas diante de Jesus Sacramentado?
Na
minha memória, estão as palavras do Santo Padre: “Quero que vocês
saiam, quero que a Igreja vá para as ruas. Sejam revolucionários!”.
Mas também estão na memória palavras de gente do dia a dia, moradores de
Copacabana, como um policial que me confidenciou: “Cara, nunca vi
algo igual. Eu sempre atuo aqui em Copacabana e, durante toda essa semana, não
atendi nenhuma ocorrência de briga, violência ou embriaguez”. A
balconista de uma lanchonete disse: “Esse povo enfrenta fila de uma hora na
maior alegria. Bem diferente do público do Réveillon, que, certamente, já
estaria me xingando. Esses aqui dançam, cantam, rezam… É impressionante!”. “A
cidade do Rio de Janeiro foi invadida por uma onda do bem”, disse o prefeito
com voz embargada.
Enquanto se dizia que a Igreja
havia ‘parado no tempo’, que era ‘ultrapassada’ e ‘morta’, emergiu, no Rio de
Janeiro, uma juventude viva, alegre e dinâmica. Uma Igreja jovem que convoca
seus fiéis a serem protagonistas de um mundo mais humano e fraterno, uma Igreja
que deixa os críticos procurando, até hoje, palavras para definir o que foi a
semana da JMJ Rio 2013.
A
mídia bem que tentou falar dos gastos públicos com a JMJ, ‘pincelar’
transtornos em meio aos jovens, dar ênfase aos problemas de infraestrutura da
cidade, mas quando entrevistavam os peregrinos, escutavam um “está tudo muito
bom!” como resposta.
A
imprensa brasileira teve que se dobrar diante do testemunho da JMJ, a qual
injetou 1,8 bilhões na economia e quebrou o recorde de público em um único
evento na cidade (3,7 bilhões). Os extrangeiros gostaram tanto da hospitalidade
brasileira que, segundo pesquisa da Embratur, 89% dos peregrinos se declararam
‘satisfeitos’ ou ‘muito satisfeitos’ com a viagem ao Brasil, e 93% voltariam ao
país.
Sim,
a Jornada Mundial da Juventude superou as expectativas, deu um testemunho por
si mesma. Mas não nos esqueçamos que fazer memória da JMJ implica atender ao
apelo feito desde o seu lema: “Ide e fazei discípulos entre todas as nações”.
Não existe melhor maneira de renovar a experiência desses dias atendendo ao
apelo do Papa Francisco: “Saiam, façam barulho!”.
Nas
famílias, nas paróquias, nas universidades, nas periferias, nos seminários, nos
lugares mais longíquos deste nosso mundo, ainda se espera pelos jovens que, há
um mês, lotaram Copacabana. Somente com jovens discípulos e missionários é que
a Jornada Mundial da Juventude poderá ser eternizada no coração de tantas
pessoas.
Por
Daniel Machado
Produtor
do portal cancaonova.com
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